Wow!! Quanta coisa mudou em tão pouco tempo não é mesmo?
Vimos e vivemos ao longo das últimas semanas – além das catástrofes humana e econômica provocadas pela pandemia da Covid 19 – um importante fenômeno marcado pela acelerada curva de adoção de novos hábitos, onde merecem grande destaque o crescimento vertiginoso do “home office” e da aprendizagem a distância.
E quanto falamos em Educação, praticamente do dia para a noite vimos milhões de alunos e professores tendo que rapidamente se adaptar ao chamado “Novo Normal”, onde a tecnologia que já ocupava um lugar crescente de destaque nos mundos educacional e corporativo, se transformou no mais importante e onipresente meio de transmissão e compartilhamento de conhecimentos.
Se nas escolas dos nossos filhos esta curva de transformação digital já tinha sido bastante acelerada (ainda que com inúmeras falhas e gaps ainda mais significativos quando tratamos da educação pública), esta mesma rapidez de “transformação digital” também se deu no mundo do treinamento corporativo.
Praticamente todas as empresas, especialmente aquelas que têm programas mais estruturados de treinamento e capacitação dos seus profissionais, rapidamente se adaptaram a este novo mundo em que já vivemos e passaram a treinar seus profissionais via EAD (Educação a Distância).
E diante disso tudo, surge um importante questionamento: será que o treinamento presencial no mundo corporativo está fadado a deixar de existir?
Não tenho o desejo e nem a pretensão de lançar análises proféticas por aqui. No entanto, com a experiência de quase 25 anos dedicados à Educação Corporativa, quero aqui listar 5 fatores que me fazem acreditar que a Educação Corporativa presencial nunca mais será a mesma depois da Covid 19 e que ela vai perder um espaço muito significativo nas empresas – especialmente em uma análise de curto e médio prazos:
O fator “Investimento”: o elevadíssimo custo dos eventos presenciais que incluem passagens aéreas, hospedagem e despesas de locomoção não mais se justificará especialmente diante de orçamentos muito mais enxutos e racionais;
O fator “Risco“: os riscos associados ao perigo de expor os profissionais em aglomerações nos próprios eventos e aeroportos compõem outro fator muito significativo a ser considerado pelas empresas, que terão regras de “compliance” de RH ainda mais vigorosas no que diz respeito ao cuidado com a saúde e bem estar dos seus próprios profissionais;
O fator “Efetividade”: os treinamentos online têm sido tão ou até mais bem avaliados do que os treinamentos presenciais, muito em virtude do seu foco mais acentuado nas competências e técnicas que efetivamente precisam ser desenvolvidas e transformadas em ações práticas versus o foco excessivamente motivacional e pouco prático de inúmeros “treinamentos” presenciais;
O fator “Experiência“: a flexibilidade e a conveniência da Educação a Distância serão elementos ainda mais apreciados pelos profissionais nestes novos tempos onde, na maioria dos casos, estamos trabalhando muito mais e ao mesmo tempo precisando incrementar uma série de novos conhecimentos de forma ainda mais célere, fazendo com que as pessoas deem ainda mais valor à maior autonomia e liberdade de estudar nos momentos que mais lhes forem apropriados.
O fator “Velocidade“: diante do mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo, ambíguo e agora também”insano” e “imprevisível” (VUCAI), as empresas precisarão de forma ainda mais ágil investir no “upskilling” (aprimorar os conhecimentos e técnicas já existentes) e principalmente no “reskilling” (incorporar novas e cruciais competências, habilidades e técnicas) ao arsenal dos seus profissionais, idealmente com foco em transformá-los em aprendizes eternos (outro conceito essencial que agora ficará ainda mais em voga: o “lifelong learning“).
São 5 fatores bastante significativos que dão suporte a esta migração dos modelos mais tradicionais presenciais para o modelo a distância: Investimento, Risco, Efetividade, Experiência e Velocidade.
Ou seja, estamos diante de um cenário completamente novo, onde a Educação a Distância no mercado corporativo irá desempenhar um papel de maior protagonismo no processo de transformação positiva das empresas e dos seus profissionais.
E antes de você, que é super fã do treinamento presencial, ficar chateado/a comigo, eu quero te dizer que para nós da Paixão por Vendas, este processo de transformação tem sido incrivelmente desafiador, pois até o mês de Fevereiro de 2020, aproximadamente 80% das nossas receitas vinham da Educação Presencial.
Ou seja, fomos atingidos em cheio pela Covid 19 e fomos “forçados” a dar literalmente um cavalo de pau em nossa estratégia para viabilizar um novo posicionamento competitivo onde o principal “meio” de transmissão de conhecimentos e técnicas de vendas passou a ser o meio tecnológico.
E fica aqui esta importante reflexão:
Muito mais importante do que ficarmos discutindo preferências em torno da Educação Presencial ou da Educação a Distância, é discutirmos quais são os meios mais efetivos para bem equiparmos os nossos profissionais com as novas competências, habilidades e conhecimentos que serão exigidos neste “Novo Normal” e onde hoje o meio tecnológico desponta como o mais eficaz de todos.
Que tenhamos a coragem de mudar e de nos adaptar rapidamente a este novo cenário.
Como sempre, ficarei muito feliz e honrado (mesmo!) com seus comentários, contribuições, críticas e insights sobre como nós profissionais da Educação Corporativa podemos assumir um papel de ainda mais protagonismo na construção de empresas mais robustas e preparadas para prosperar neste novo e incrivelmente desafiador mundo em que vivemos!